30 junho 2020

Elucubrações existencialistas

A dualidade razão x emoção tem sido uma das principais angústias da humanidade. Representados de modo genérico pelas figuras do cérebro e do coração, muitos artistas já expressaram esse paradoxo. Lembremos rapidamente do período barroco, de Jane Austen e seu clássico Razão e Sensibilidade e (porque não?) daquele poprock chiclete dos anos 2000 que brinca com razões e emoções.
Há defensores aguerridos de ambos os lados. Os racionais, comumente pragmáticos, focados na realidade e em resultados objetivos prezam por uma vida estável, com segurança, estabilidade e planejamentos de curto, médio e longo prazo.
Ao contrário dos emocionais e sua tendência a devaneios, sonhos e subjetividades. Podem ter planos? Claro! Mas eles são mutáveis e/ou até mesmo esquecidos se surgir alguma coisa mais interessante no meio do caminho.
E há os que acreditam ser um erro separar as duas coisas, afinal, somos um só corpo com dois órgãos de extrema importância, sem os quais não se vive.
O coração é um músculo involuntário, é impulsor do líquido rubro que corre em nossas veias, é ritmo de vida. O cérebro é um controlador de tudo, seja voluntário ou não, é conexão sináptica, é complexidade. Quando estão em sincronia é uma beleza. O problema é quando não estão.


Se o coração predomina, subjugando o cérebro como a um cativo, corre-se o risco da irresponsabilidade, da inconsequência. Deixar cada qual na sua caixinha também não funciona. Repressora de sentimentos, a razão solitária pode acabar em depressão.
É aí que entra Têmis, segurando com imparcialidade a balança da justiça. Num prato a emoção, no outro a razão. Eis a difícil sabedoria da dosagem correta, pois o que pode ser um remédio também pode se tornar veneno.



A saída está no equilíbrio. Como um yin-yang, razão e emoção precisam ser ao mesmo tempo antagônicas e complementares. Em alguns momentos a razão vai predominar, em outros a emoção é que vai, fazendo-se necessário uma gota de cada uma dentro da outra.
Enfim, a vida não acontece por compartimentos. A verdade é que, tanto aquilo que ocupa o espaço interno do crânio como o objeto que preenche o vazio do peito são duas faces da mesma moeda. O problema é que o valor de cada um deles é mensurado por uma balança que já escolheu seu lado.

(Texto: Francine Cruz)

Arte em nanquim: Débora Bacchi

24 junho 2020

Canal literário no YouTube

Por conta do distanciamento social causado pela pandemia, muitos eventos que participávamos ao vivo mudaram para o virtual. Por isso, resolvi criar um canal de literatura, para matar a saudade!
Venha conhecer e se inscreva para ter acesso a conteúdos de literatura (prosa e poesia) da melhor qualidade!

Um espaço para falar de literatura, compartilhar leituras e dividir experiências literárias.






20 junho 2020

28º LETRA DE MULHER



     Letra de Mulher é uma roda de conversa sobre autoria de mulheres com mediação do Coletivo Marianas. O 28° encontro será virtual. Para participar publique diretamente na página do evento, no dia 24/06/20, entre 18 e 21 horas, um vídeo (de 1 a 3 minutos) lendo um texto de sua escritora favorita ou de sua própria autoria (prosa ou poesia). Além de postar seu vídeo ou texto, aproveite também para comentar as publicações dos participantes. 
     Nesta edição também haverá um encontro ao vivo no Google Meet das 19 às 20 h, com as leituras de textos de autoria feminina (esse encontro será gravado e ficará disponível posteriormente no canal Letra de Mulher no Youtube.

Confira como foi: