26 dezembro 2021

3 Livros para 2022

 Vamos começar as listas de livros para o próximo ano...

Que tal uma das escritoras mais lidas e comentadas de 2021?




Sim, estou falando de Carolina Maria de Jesus, que além do excelente Quarto de Despejo, também é autora de:


Casa de Alvenaria - Vol 1 (compre aqui)

Casa de Alvenaria - Vol 2 (compre aqui)

Também é interessante conhecer mais sobre uma doença que tem assolado cada vez mais a população mundial: a depressão e, para isso, indico o livro de Maria Rita Kehl:


O tempo e o cão: atualidade das depressões (compre aqui).


Boas festas e boas leituras no novo ano!

06 novembro 2021

Você já conhece a obra de Ana Cristina Cesar?


        Ana Cristina Cesar, poeta, jornalista, tradutora e crítica literária carioca, viveu entre as décadas de 1950 e 1980, numa geração apelidada de “Geração Mimeógrafo” ou “Geração Marginal”, pois produziam seus livros em edições mimeografadas, de maneira independente, fora do circuito das grandes editoras. 

    Entretanto, segundo Malufe (2006), apesar de estar inserida nessa geração e ter algumas características dela - como a fragmentação da linguagem, a mescla de estilos e a presença do cotidiano nos poemas, - Ana C. destaca-se pela sofisticação e qualidade literária, frutos de seus intensos estudos na área literária.


Descubra mais sobre essa grande poeta brasileira!


VOCÊ ESTÁ CONVIDADO  A MERGULHAR 

NA OBRA DESSA POETA!


Conheça o livro que revisita a obra de Ana Cristina Cesar: "A Obra Poética de Ana Cristina Cesar: Ressignificação do Biografismo”


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01 novembro 2021

Viva Ana Cristina Cesar!




Dia 31 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Poesia e marca também a data de lançamento do meu novo livro “A Obra Poética de Ana Cristina Cesar: Ressignificação do Biografismo”. 


O livro é fruto da minha pesquisa enquanto estudante de Letras na Universidade Tecnológica Federal do Paraná e agora está disponível em formato de e-book com algumas curiosidades sobre minha história com a ACC e uma crônica em homenagem a ela ao final.


Além dos conceitos teóricos sobre o biografismo e sua ressignificação, o livro também traz a análise de cinco poemas de Ana Cristina Cesar.


Aproveite para ler gratuitamente as primeiras páginas e se apaixonar pela poética da ACC!  


Leia Aqui!


Conheça mais sobre Ana Cristina Cesar:




21 agosto 2021

O Harpista

Embora eu me veja mais como romancista, também gosto de escrever poemas.

A poesia me leva a lugares diferentes do que o romance.

Enquanto o romance é uma longa maratona, a poesia é uma corrida de 100 metros rasos.

É explosão, é paixão, é momento (mesmo que o momento seja eterno).

Sempre gostei de ler poemas e foi com um poema que ganhei meu primeiro concurso literário e tive minha primeira publicação em livro.

Hoje quero compartilhar com vocês um poema meu que recentemente saiu na Antologia "A poesia dos dois lados do Atlântico", que reuniu escritores do Brasil e de Portugal e foi lançada simultaneamente nos dois países.


O harpista


A noite cai

O dia já se foi

Ainda te espero chegar

Para finalmente escutar

Todas as canções

Que só a ti dediquei


Em cada nota

Da minha melodia

Esconde-se o sonho de te ter

Minha única alegria!


Mas hoje não pode ser...


A noite cai

O dia já se foi

Talvez te encontre amanhã

E fiques em minha companhia

Se ouvires e compreenderes

Minha triste sinfonia...


(Francine Cruz)


Para quem se interessa por poesia e quiser adquirir o livro, entre em contato comigo pelo e-mail: escritorafrancinecruz@gmail.com. Mas se apressem, tenho pouquíssimos exemplares!


10 julho 2021

O Espelho

 Este texto já foi prosa, hoje é poema. E está no livro Vozes Escarlate, do Coletivo Vozes Escarlate (Hecatombe, 2021).



o espelho

Dentro desse espelho há um medo.
O meu medo.
Medo de olhar e não me reconhecer ou, pior,
medo de me reconhecer.
Medo de ver aquilo que dizem sobre mim, mas
não quero acreditar que seja verdade.
Medo de ver as sombras escondidas em meus
olhos, que luto diariamente para camuflar.
Medo de ver as rugas me dizendo que já não sou
menina para brincar de viver.
Medo de ver falhas de caráter nas minhas falhas
de expressão.
Medo de ver os defeitos que minha pele calejada
pela dor acumulou.
Medo.
Sempre o medo.
Dentro desse espelho há sempre um medo.
O meu medo.
Medo burro, comprido, solitário.
Medo angustiante, medo fatal.
Medo de que, vendo minha face sombreada,
cheia de rugas, com falhas e defeitos, acabe descobrindo
que essa sou eu mesma nua e crua.
Sem disfarces e sem desculpas, eu sozinha, nua e
crua, louca de pedra.
O espelho me mostra olhos vermelhos.
Os olhos vermelhos que ele disse que ficavam
bem em mim.
Mas eu não concordo.
Não concordo que a tristeza fique bem em mim.
Eu quero sorrir, quero ser feliz, por que estou chorando?
Louca de pedra.
A face que o espelho espelha sou eu, por dentro e
por fora, sem disfarces e sem desculpas.
Dentro desse espelho há um medo.
O meu medo.
Medo de tudo e mais um pouco.
Medo da vida, medo da morte, medo da alegria e
medo da dor.
Dentro desse espelho há um medo terrível de ser
e de não ser.
Medo terrível que me impede de seguir em frente,
medo terrível.
Mas vou acabar com ele, sim, vou acabar com
ele.
Louca de pedra de olhos vermelhos, fecho o
punho e quebro o espelho.
Dentro desse espelho havia um medo.

Francine Cruz

Ilustrações: Débora Bacchi