29 outubro 2010

Resumos Bienal 4 José Castello e Cristovão Tezza

Tema: A voz do escritor: como alcançar um estilo narrativo.



Segundo Cristóvão Tezza, a descoberta da voz nunca termina, ela começa com as referências de autores já lidos e depois nossas próprias vozes começam a surgir em nossa cabeça. Tezza afirma: "Sou um autor confessional e não autobiográfico".
Entretanto, segundo ele, "problema pessoal não é literatura", para fazer literatura é preciso que, a partir desse problema pessoal, o escritor se afaste e recrie uma história  que se torne social, aí sim é literatura. Para ele, é necessário que se crie uma estrutura ficcional. O ponto de partida pode ser o problema pessoal do autor mas o resto deve ser ficção. Segundo Tezza, é necessário partilhar uma experiência e não fechar verdades e por isso o narrador não pode ter medo de ser cruel e ficar com pena dos personagens, botando panos quentes em tudo.
José Castello, outro autor convidado finaliza: É necessário ler bastante os clássicos para enxergar como eles "se ouviam". Escrever não se ensina, escrever é se ouvir.

26 outubro 2010

Resumos Bienal 3 Ana Miranda e Márcio Souza

Tema: Quando a vida vira ficção.



Para Ana, há uma correlação profunda entre tempo e linguagem. Nos livros que descrevem períodos antigos a transposição do tempo é feita pela linguagem que mostra o espírito daquele tempo, o que era falado na época.
A linguagem é um elo entre o passado e o presente. A história é uma visão do passado com olhos do presente.

Segundo Ana, alguns escritores tem a tendência de explicar as palavras antigas em seu livro o que faz perder a naturalidade. Ex: "Tomou um suco de pucarinho, um suco feito de tal coisa, assim, assado..."

Para Márcio, os leitores devem ter discernimento na leitura pois os romances históricos embora narrem alguns fatos, locais e pessoas que realmente existiram são uma obra de ficção.

Sobre seu processo de escrita, Ana comenta:

"Meus livros quase sempre começam com sonhos. Vou elaborando meus livros todos juntos ao longo dos anos, sonho com alguma coisa e penso: um dia vou escrever sobre isso! Com o passar do tempo o livro se forma."

22 outubro 2010

Resumos Bienal 2 Sérgio Rodrigues e Adriana Lisboa

Tema: Literatura Digital, e-book e o leitor do futuro: há uma revolução em curso?



Para os autores, a literatura é feita com palavras, por isso, no caso da multimídia (literatura junto com artes visuais, música, etc...) deveria mudar de nome. O escritor na verdade não seria mais "escritor" e sim um contador de histórias.
O Sérgio deu até mesmo um exemplo: A ópera é a junção de teatro e música e tem seu nome próprio: ópera!
Entretanto, para ambos a forma tradicional de escrita só com palavras tem seu valor e se perpetua pois muitas vezes o que o escritor pensa não é aquilo que o leitor vai imaginar ao ler a obra.

Para eles, a palavra é revalorizada com a internet através do uso de blogs, msn, redes sociais, pois as pessoas sentem necessidade de se expressar com palavras.

Um detalhe porém, é que o uso da internet, facilitando a capacidade de interligar assuntos desconexos (surfando de hiperlink em hiperlink) faz com que as pessoas passem a ler mais sobre mais coisas mas com pouco aprofundamento. As pessoas estão menos pacientes, leem textos mais curtos e sintéticos, o que pode ser reflexo também de um ritmo de vida mais acelerado.
Nesse sentido, para os autores, a literatura seria como "um último santuário de calma e aprofundamento" onde as pessoas poderiam "descansar" do ritmo de vida acelerado com um romance de 500 páginas.

Sobre as redes socias, os autores a enxergam como uma forma de divulgação dos trabalhos. No entanto, alertam para o seguinte: a facilidade de publicação na internet pode causar uma publicação apressaa e "verde", que talvez ainda precisasse ser lapidada e amadurecer antes de ser publicada.

Para Adriana há prós e contras a leitura no computador: ler no computador é desconfortável, porém é mais prático e ecológico.

Os autores também compararam a forma de escrita limitada do twitter (142 caracteres) com a forma do Haicai (17 sílabas).

Para finalizar comentaram que o leitor precisa ter uma bagagem educacional para discernir o que é bom ou confiável na internet e que o autor precisa criar um tempo para escrever e isso é uma coisa solitária (precisa abdicar de outros prazeres e de companhia) e lembraram também que, nesse ponto, as redes sociais podem ser um "sugador de atenção efêmero" fazendo o escritor desperdiçar um tempo precioso, por isso é necessário ter muita disciplina e saber diferenciar a vida virtual da vida real.

20 outubro 2010

Resumos Bienal 1 Cléo Busatto e Rodrigo Lacerda

Bom dia pessoal!

Como eu disse no post anterior, entre os dias 01 e 10 de outubro de 2010 aconteceu a 1° Bienal do Livro de Curitiba. Embora tenha gerado certa insatisfação no público por causa do valor do ingresso (R$ 8,00 - imaginem isso em 10 dias, seria um dinheirão e quando se fala que o brasileiro não lê acho que isso não estimula nem um pouco alguém que não lê a se interessar por um evento cultural como esse. Se nós que amamos a literatura já achamos caro, imaginem um leigo).
Enfim, graças a Deus professores não pagavam pra entrar, então, depois de ter preenchido uma ficha enorme onde só faltaram perguntar qual era a cor do azuleijo do banheiro da escola que eu trabalhava, consegui ganhar minha credencial grátis. Aproveitei, fui em 8 dos 10 dias e fiquei em quase todas as palestras.


A primeira que assisti foi a da Cléo Busatto e Rodrigo Lacerda (Jabuti de literatura infanto-juvenil com O Fazedor de Velhos) com o tema "Pequenos leitores, grandes leitores" já que também tenho interesse num público juvenil e infanto-juvenil.

Ambos falaram coisas muito interessantes como:

- Para se formar um novo leitor é preciso fisgar esse leitor com uma boa história.
- Escrever de forma fluente, quase coloquial mas sem filtrar o vocabulário e as referências, não "baratear" no conteúdo e sim na forma mais leve e coloquial.

Também comentaram que as crianças leem mais porque são mais estimuladas na escola e os adolescentes a partir dos 12 anos geralmente se desinteressam da leitura. Alguns desses voltarão a ser leitores mais tarde, mas a grande maioria nunca mais volta.

Um dos problemas visto por esses autores é que a literatura juvenil muitas vezes se torna em uma literatura de massa doutrinária esteriotipando o adolescente como aquele que anda de skate, usa internet, gosta de balada, etc... Os personagens viram cabide de esteriótipos de adolescente (1 único personagem representa todos os adolescentes e faz tudo que eles em geral fazem). Nisso falta humanizar o personagem, falar de sentimento, de emoção e não escrever por "encomenda" reforçando esteriótipos, o que deixa o texto insonso e desinteressante para o jovem leitor. O personagem não é uma caricatura, ele sente.

Outro fato analisado foi a diferença do mercado editorial para jovens no Brasil e no exterior:

Enquanto no livro juvenil nacional geralmente se tem no máximo 150 páginas, um Harry Potter tem mais de 500.  No Brasil a literatura é muito realista, no exterior é utilizada mais magia, fantasia e isso fisga o leitor, esse mundo imaginário como uma ressignificação do real.
Outro ponto chave é a distância entre os editores e os leitores adolescentes (Harry Potter chegou a ser recusado por uma grande editora que achava que o livro não faria sucesso por ter muitos nomes estrangeiros e não ter nada a ver com a realidade do Brasil).
E, por último, mas não menos importante, no estrangeiro os autores conseguem ter mais tempo para escrever esses romanções enormes porque sobrevivem de direitos autorais, o que não acontece no Brasil, onde o escritor precisa ter outra profissão para se sustentar enquanto escreve.
É a triste realidade da cultura brasileira...

E aí, o que vocês acham? Concordam ou discordam?
Abraços e até a próxima!

02 outubro 2010

1ª BIENAL DO LIVRO CURITIBA

Começou ontem, dia 01 de outubro de 2010 a 1ª Bienal do Livro de Curitiba-PR que acontecerá no Estação Convention Center, no Shopping Estação até o dia 10.
Com atividades e palestras para todas as faixas etárias, o ingresso custa R$ 8,00 sendo que professores, profissionais do livro, bibliotecários e visitas escolares são isentos de entrada.

Sobre o local do evento, como chegar e para consultar a programação visite o site oficial http://www.bienaldolivrodoparana.com.br/

Vale a pena pessoal, tem muita gente boa que vai palestrar! Nos encontramos lá!

DIA NACIONAL DO IDOSO

DIA 01 DE OUTUBRO É COMEMORADO O DIA NACIONAL DO IDOSO E EU, COMO TRABALHO COM ESSA FAIXA ETÁRIA MARAVILHOSA, NÃO PODERIA DEIXAR DE PRESTAR MINHA HOMENAGEM.

VELHOS VINHOS (DOM HELDER CÂMARA)

Agora que a velhice começa, preciso aprender com o vinho a melhorar envelhecendo e, sobretudo, a escapar do perigo terrível de, envelhecendo, virar vinagre.

É tão importante saber envelhecer!
Saber descobrir o encanto de cada idade. Sem dúvida, há limitações que a velhice traz. Mas feliz de quem envelhece como frutas que amadurecem sem travo...
Feliz de quem envelhece por fora, conservando-se em compreensão para com tudo e para com todos, caminhando, sempre mais, no amor de Deus e no amor do próximo...
Quem conserva acesa a sua chama, quem mantém entusiasmo pelo que faz, quem sente razões para viver, pode ter o rosto cheio de rugas, e a cabeça toda branca, ainda assim é jovem!
Quem não entende a vida e não descobre a razão para viver e não vibra, não se empolga, pode ter vinte anos, mas já envelheceu.
Qualquer que seja sua idade, guarde estes pensamentos:
"O importante não é viver muito ou pouco, mas realizar na vida o plano para o qual Deus nos criou. As rosas, a rigor, vivem um dia. Mas vivem plenamente porque realizam o destino de graça e de beleza que vêm trazer à Terra."
Se sentirem que os anos passam, e a mocidade se vai, peçam a Deus, para si e para os que se tornam menos jovens, a graça de, envelhecendo, não azedarem, não virarem vinagre.

CAPACITAÇÃO PARA PROFESSORES EM PASSO FUNDO

Umas fotinhos da capacitação para professores de educação física que ministrei em Passo Fundo-RS no dia 28 de julho de 2010. O tema era atividade física para idosos, assunto sobre o qual já escrevi um livro (Atividade Física para Idosos: Apontamentos Teóricos e Propostas de Atividades, que pode ser adquirido nas melhores livrarias e pela internet também). Os participantes eram profissionais da CONSAI (Corporação Nacional da Saúde Integrada) interessados em aprender ainda mais e trocar experiências práticas. Turma participativa, adorei. Como o sucesso foi grande, quem sabe volto agora em outubro para outro evento! Abraços e até.
Primeira parte teórica




Palestrante


Turma interessada e participativa!



Professoras que querem aprender mais ainda




Segunda parte: prática
Atividade socializadora e cognitiva


Atividade lúdica de aquecimento


Atividade de socialização


Atividade lúdica de consciência corporal