13 julho 2020

Hélio Leites - um artista das palavras



Hélio Leites é artista plástico, poeta, performer, contador de histórias, arte-educador e um sujeito muito simpático! Conheci o Hélio em 2016 numa fe
ira literária em Arapoti na qual participamos juntos (eu estava gravidíssima!) e também já tive o privilégio de visitar sua barraca na Feirinha do Largo da Ordem aos domingos. Ele sempre tem uma boa história para contar e nos encantar com suas artes.



TARJA BRANCA - O LIBRETO QUE FALTAVA (CRÔNICAS) é seu primeiro livro e foi publicado pela Editora Prosa Nova em 2017. O livro  faz parte da Coleção por um mundo menor (por uma estética do mínimo, porém grandes na essência). 


“Tarja Branca é o remédio do futuro.

No futuro o remédio não vai entrar pela boca,

vai entrar pela orelha, é a palavra vestida de histórias,

curando aqueles que não se acreditam doentes". 



Alguns temas tratados no livro são: a vida cotidiana, a natureza, a religiosidade simples, a velhice e a arte. O livro é dividido em quatro partes: 


- Sobre a arte e o ofício da escrita (introduz a filosofia da tarja branca)

- Lembranças e Memórias (aborda questões sociais como a castração de animais e a desigualdade social)

- Religiosidade, ética e vida (traz personagens da cena curitibana como a "Santa" Helena Kolody e Efigênia Rolim, a Rainha de Papel de Bala).

- Encantos da vida e natureza (muitas flores, passarinhos, frutas e coisas belas para encher nosso olhar de encantamento)


"Onzimo mandamento: suportai-vos uns aos outros"


O estilo de escrita é permeado pela simplicidade e sabedoria franciscana,  pela espiritualidade dos santos sempre em harmonia com a natureza. Assim como para Espinosa ou Alberto Caeiro, para Hélio, Deus está em tudo, nas flores, nos passarinhos, nos rios.
O autor também traz originalidade com a criação de neologismos (pazciência, deuslicadeuza, artesanartes, etc).
O humor é o toque de mestre que Hélio usa para lidar com questões complexas como o autoconhecimento e a aceitação da (dura) realidade de que precisamos ser os protagonistas de nossa própria história. 
Enfim, um livro delicado e profundo, que vale a pena ser experienciado com tranquilidade.

Vídeo completo com leitura de algumas crônicas do Hélio:


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